O presidente do Lactec, Luiz Fernando Vianna, completa, neste mês de abril, seu sétimo ano à frente do comando da empresa. Nesse período, acompanhou diversas transformações no setor produtivo, que impactaram o segmento de ciência e tecnologia e influenciaram as estratégias de crescimento da empresa.
O executivo, marido e pai dedicado é, também, triatleta. Trouxe para sua gestão a disciplina e a perseverança que o esporte requer e com sua paixão pela empresa e preocupação genuína pelas pessoas, tornou-se um líder admirado e respeitado por todos.
Nesta entrevista, Vianna, que começou sua história no Lactec como estagiário, há 22 anos, conta um pouco dessa trajetória, destacando sua visão sobre o futuro da empresa e suas contribuições para o desenvolvimento sustentável do país.
– Qual o balanço geral de sua gestão até aqui?
O Lactec já é conhecido, de Norte a Sul, como um dos maiores e mais importantes players de inovação do país em setores como o elétrico, automotivo e de infraestrutura, mas estamos levando nossas competências para vários outros segmentos, como o de agronegócios e de saneamento, por exemplo.
Nesses últimos sete anos, tivemos grandes mudanças no Lactec, preparamos a empresa para o mercado, expandimos nossas atividades para a região Nordeste, com nossa unidade em Salvador (BA), região onde já temos grandes clientes e a intenção é ampliar ainda mais nossa atuação.
“O Lactec vem se superando, ano após ano, e se mostrando um ativo importante no setor privado de inovação.”
– O Lactec é referência em tecnologia e inovação, que é um mercado em constante transformação. Como têm sido acompanhar essas mudanças?
Manter-se inovador em um mercado tão turbulento é um desafio muito grande. Temos que estar sempre de olho no que está acontecendo e nos atualizar permanentemente. E temos feito isso, por exemplo, com nossa área de Inovação e Novos Negócios, que tem buscado parcerias com startups para, juntos e a partir de novos modelos de negócio, oferecermos soluções para mercados onde a tecnologia tem se mostrado promissora. Procuro sempre respirar inovação em novos ambientes. Já estive em Israel, no Vale do Silício, entre outros lugares, para conhecer os ecossistemas de inovação e estar em sintonia com o que está acontecendo no mundo.
Temos que estar atentos para atender a essas novas demandas e posso afirmar, com orgulho, que temos tido muito êxito. Exemplo disso é nosso protagonismo em projetos de P&D na área de mobilidade elétrica, que nos colocou como importante ativo para estudos não só do veículo elétrico, mas de toda a cadeia envolvida. Outro exemplo são os projetos de smart grid. Saímos na frente e temos ajudado a implantar essa tecnologia Brasil afora, assim como na área de armazenamento de energia, outra tecnologia que vem se consolidando para o melhor aproveitamento das fontes renováveis de energia.
“Estamos sempre na vanguarda das tendências tecnológicas e temos aprimorado nossa forma de oferecer soluções ao mercado.”
– Como o Lactec está estruturado hoje e quais as expectativas para as áreas de negócio da empresa?
Consolidamos nossa atuação em três áreas principais: Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PD&I), Ensaios e Análises Laboratoriais e Serviços Tecnológicos. Em relação ao P&D, o desafio não só do Lactec, mas de todos que atuam no mercado de inovação, é trabalhar fora do ambiente regulado. Atualmente, temos bons programas de incentivo, como o de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), mas precisamos estimular, cada vez mais, que as empresas invistam também fora do ambiente regulado e que enxerguem a pesquisa e a inovação como fatores estratégicos para o crescimento e maior competitividade.
Na área de ensaios e análises laboratoriais, o Lactec se destaca principalmente na prestação de serviços para o mercado de energia, com uma estrutura robusta e completa para ensaios em equipamentos e sistemas elétricos, com destaque para o Laboratório de Alta Tensão. Pouquíssimas instituições do país dispõem de laboratórios como os do Lactec, com portfólio completo de ensaios, que abrangem análises químicas, automotivas, elétricas e de materiais.
Nossos serviços tecnológicos têm ganhado cada vez mais campo. Temos estruturado um modelo full service para oferecer, dentro de um contrato único, diversas soluções de forma customizada para cada cliente. Isso só é possível, porque nossas equipes reúnem competências em diversas áreas.
“A expectativa para os próximos anos é de manter essa aproximação com o mercado, entender às suas necessidades e nos antecipar nas soluções, além de expandir nossa atuação para outros segmentos.”
– O último ano foi desafiador para as empresas, mas o Lactec conseguiu fechar 2020 com resultados muito positivos. O quanto a cultura organizacional da empresa contribuiu para esse desempenho?
De fato, foi uma situação inusitada, que nos impôs uma nova forma de trabalhar e produzir. Não tínhamos a cultura do trabalho remoto, mas fomos muito bem sucedidos na implantação desse modelo, pois conseguimos manter a interação entre as equipes, a produtividade e o mesmo cuidado no atendimento aos clientes, com 80% dos colaboradores trabalhando remotamente. Com toda certeza, a cultura organizacional que vínhamos construindo, de valorização das pessoas, influenciou no nosso desempenho.
Continuamos sendo desafiados, pois a pandemia ainda não acabou, mas nossas perspectivas para 2021 se mantêm muito positivas.
“Temos preparado o Lactec para uma governança corporativa focada em resultados, mas sempre com o olhar para nosso mais valioso patrimônio, que são as pessoas.”
– Qual sua expectativa em relação ao futuro da ciência e tecnologia no Brasil e como o sr. vê a contribuição da pesquisa e desenvolvimento tecnológico para a sociedade nesse cenário?
O Brasil é um berço de mentes privilegiadas, que são destaque na ciência mundo afora. Nosso desafio é criar um ambiente mais favorável à ciência e tecnologia, com políticas públicas melhor estruturadas, para manter em nosso país esse valioso ativo. É preciso valorizar mais a pesquisa, por meio de incentivos, pois é a partir da pesquisa que serão criadas novas tecnologias e novos produtos, que irão gerar riquezas para o país e ajudar a construir uma sociedade melhor a partir do desenvolvimento tecnológico. O último ano foi uma prova de que precisamos disso.
O mundo não será mais o mesmo depois da pandemia. Hoje tudo está conectado e temos um papel essencial nessa transformação, que é o de desenvolver tecnologias com o olhar para as pessoas.
“Faz parte de nossa missão contribuir para o desenvolvimento sustentável de nosso país, colocando a tecnologia e a inovação a favor do bem-estar da sociedade.”