O uso sustentável de recursos naturais gera novas possibilidades de negócios e, neste cenário, os combustíveis verdes ganham cada vez mais destaque por seu impacto econômico.
Quando falamos sobre combustíveis verdes, trazemos discussões sobre tecnologias e sobre a importância de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que beneficiam a sociedade e dizem respeito às mudanças climáticas e à descarbonização.
A seguir, vamos explorar um pouco mais sobre os combustíveis verdes e qual a ligação entre eles e a economia de baixo carbono.
O que são combustíveis verdes
Também conhecidos como biocombustíveis, os combustíveis verdes são produzidos a partir de matérias-primas orgânicas como cana-de-açúcar, milho, soja, mamona, dendê, resíduos agrícolas, entre outros.
Possuem baixa pegada de carbono, assim como o Hidrogênio Verde (H2V), outro combustível limpo que é obtido a partir de eletrólise da água.
O uso dos combustíveis verdes é extremamente importante para substituir os combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural), que são fontes não renováveis de energia e grandes vilões por emitirem os principais gases do efeito estufa, como dióxido de carbono e metano.
Transição energética, economia e mudanças climáticas
Os combustíveis verdes são considerados uma alternativa viável para o desenvolvimento sustentável e para a transição energética. Além disso, têm alto impacto econômico.
A produção de energia limpa a partir do cultivo agrícola gera oportunidades significativas de empregos, novos negócios, desenvolvimento da economia circular e da sustentabilidade social.
No Nordeste, estudos da Embrapa indicaram a alta qualidade da biomassa do dendê e da macaúba para atender o mercado de energia. Além de tornar o setor de combustíveis mais sustentável, o cultivo também desenvolve a agricultura familiar.
O gerente da unidade Nordeste do Lactec, Eduardo Guimarães, comenta: “Temos visto iniciativas de transição energética por meio de fontes não poluentes, que atuam ao mesmo tempo na economia de baixa emissão de carbono e trazem no entorno a questão de economia circular, viabilizando alternativas de renda para comunidades. Isso é trazer a sustentabilidade não só na geração de energia, mas pensando nos impactos sociais e inclusive econômicos daquela região.”
Já as condições favoráveis para produção de H2V no país atraem grandes investidores. No início de junho de 2023, a Europa anunciou a injeção de dois bilhões de euros no Brasil para produção do combustível limpo, com a intenção de importar 10 milhões de toneladas por ano. Leia a notícia.
Em suma, a transição de combustíveis fósseis para combustíveis verdes potencializa a descarbonização de vários setores – transporte, energia, indústria, saúde e outros – integra a agenda de mitigação das mudanças climáticas, e é uma das rotas para o desenvolvimento sustentável.
Tipos de combustíveis verdes
Biogás
A produção de biogás parte da decomposição ou fermentação de matérias orgânicas de origem vegetal ou animal. Aterros sanitários, atividades agropecuárias, alimentos descartados e efluentes sanitários são algumas das fontes.
O biogás é combustível de matriz energética limpa, sendo possível produzi-lo de forma contínua e estocá-lo. Pode substituir o diesel e o gás natural e é usado para geração de energia elétrica e energia térmica.
Vale destacar o crescimento do biogás no campo. Entre as principais razões, estão a destinação adequada dos resíduos, a possibilidade de redução de custos com energia e fertilizantes, e a descentralização na geração de energia.
Além disso, o biogás também possui baixa emissão de gases poluentes, não gera e nem acumula resíduos, reduz o volume de metano liberado na atmosfera (gás do efeito estufa), possui baixo custo de produção e promove a economia circular.
* Você sabia que um estudo inovador do Lactec utilizou microalgas para purificar o biogás e aumentar sua eficiência energética? Veja o case abaixo. *
Você pode ler mais sobre este projeto clicando aqui.
Biodiesel
Apesar das propriedades semelhantes em comparação ao diesel comum, o biodiesel se destaca pela produção oriunda de fontes renováveis. Esse combustível verde é derivado de óleos e gorduras de fonte vegetal ou animal.
O seu uso não apenas reduz a emissão de gases do efeito estufa, como a sua produção, através do cultivo de plantas, ajuda na absorção dos mesmos. Ou seja, é uma via de mão dupla auxiliando na descarbonização.
Um fator que ajuda a manter a produção do biodiesel aquecida é que, obrigatoriamente, é necessário que o diesel comum contenha 12% de biodiesel – percentual que aumenta a cada ano.
Bioetanol
O Brasil é referência mundial em produção de bioetanol, tendo a cana-de-açúcar como principal matéria-prima. Porém, sua produção a partir do milho vem ganhando destaque e algumas usinas, chamadas de usinas flex, processam as duas matérias-primas.
Apesar da cana-de-açúcar ter uma produtividade maior do que o milho, este último tem a vantagem do estoque ao longo do ano, produzindo combustível durante a entressafra da cana.
O bioetanol também é chamado de etanol de segunda geração e etanol celulósico. A sua produção reaproveita resíduos da cana-de-açúcar como palha, folhas, bagaço e cavaco.
Hidrogênio Verde
O hidrogênio verde (H2V) é produzido por eletrólise, processo no qual as moléculas de água são separadas por meio de correntes elétricas, que operam sobre os átomos.
O combustível não emite gases poluentes e sua geração se associa a outras fontes renováveis como solar e éolica onshore e offshore.
O Brasil está atraindo grandes investidores internacionais exatamente por isso. O país tem vento, sol e uma matriz energética com fontes renováveis em abundância, principalmente na região Nordeste.
Os setores de energia, transporte, indústria e fertilizantes têm grandes expectativas para a de plantas de H2V. O desafio está em ter um marco regulatório e desenvolver tecnologias nacionais de alta eficiência para eletrolisadores e equipamentos de armazenamento.
A Agência Internacional de Energia Renovável aponta que o consumo de hidrogênio verde pelo grupo dos países mais industrializados do mundo pode crescer entre quatro e sete vezes até 2050. Segundo especialistas, o Brasil tem potencial para se tornar o maior exportador mundial.
Para entender mais sobre por que o hidrogênio verde é o combustível do futuro, explicamos aqui.
Para saber a diferença entre hidrogênio cinza, azul e verde clique aqui.
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