Vianna foi um dos debatedores do painel que discutiu alternativas para a efetividade da digitalização na melhoria do desempenho operacional, redução de custos e segurança de informações, destacando o papel das instituições de tecnologia nesse processo de transformação, com o provimento de soluções nacionais em produtos e processos. “A digitalização do setor elétrico se apresenta como um desafio para as concessionárias, pois requer investimentos para esse ‘upgrade’ tecnológico. Ao mesmo tempo, é uma oportunidade para as empresas se reinventarem e criarem modelos de negócio, que garantam a sobrevivência, competitividade e longevidade no novo mercado de energia”, apontou o executivo.
O presidente do Lactec lembrou que a digitalização abrange toda a cadeia produtiva do setor elétrico – da geração à distribuição -, o que amplia as possibilidades de inserção de novas tecnologias, mas também exige mais cautela quanto à segurança na transmissão de dados. As redes de comunicação para suporte às smart grids abrem novas portas de entrada, tornando o sistema suscetível a invasões. Segundo Vianna, esse é um fator que preocupa as concessionárias e que também já está no radar do Lactec.
Entre os exemplos de pesquisas realizadas pelo instituto, Vianna citou o desenvolvimento de um medidor inteligente e de um sistema de segurança com certificação digital para esses equipamentos, criando um novo modelo de comunicação segura, tanto para impedir ataques cibernéticos como evitar fraudes. A pesquisa foi contratada pela Light. O executivo apresentou, ainda, o sensor inteligente desenvolvido para a Coelba, destinado ao monitoramento remoto, em tempo real, das redes de distribuição de energia.
“A experiência do Lactec em pesquisas, desenvolvimento tecnológico e inovação, aderentes ao cenário de transformação digital, vai muito além”, disse Vianna, lembrando, por exemplo, da atuação em sistemas de armazenamento, geração distribuída, microrredes e mobilidade elétrica. Um dos trabalhos mais recentes foi o desenvolvimento de soluções nacionais para os pontos de recarga de veículos, em parceria com a Copel, que resultou na maior eletrovia do país, com 730 quilômetros de extensão, ligando Paranaguá a Foz do Iguaçu, no Paraná.
“A digitalização dos processos produtivos é uma tendência mundial, assim como a descentralização e a descarbornização. Estamos atentos a esses movimentos e temos muito a contribuir”, afirmou Vianna. Também participaram do painel, o presidente da FITec Inovações Tecnológicas, José Luis de Souza, a diretora de Desenvolvimento do Samsumg Instituto de Desenvolvimento para Informática (SiDi), Renata Martins dos Anjos, e o presidente do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Sebastião Sahão Júnior. O diretor regional para a América Latina da IEC (International Electrotechnical Commission), Amaury Santos, foi o moderador dos debates.
Conectividade
Em sua palestra, na manhã desta terça-feira (10/9), Lippmann fez uma explicação geral sobre os protocolos existentes, características, vantagens e limitações, citando padrões mais adequados conforme o tipo de aplicação, como para a mobilidade elétrica e para redes inteligentes, por exemplo. O pesquisador apresentou as funcionalidades de um dos mais recentes padrões de conectividade – o Wi-SUN (Wireless Smart Utility Network), lembrando que o Lactec já vem desenvolvendo soluções embasadas nessa nova tecnologia para dar suporte aos sistemas de medição e automação das concessionárias do setor elétrico e, também, para aplicações de smart cities.
“O objetivo da palestra foi apresentar os critérios que devem ser levados em conta para a escolha de protocolos de comunicação mais adequados, uma vez que hoje existem vários padrões disponíveis no mercado, com diferentes tecnologias”, afirmou Lippmann, apontando como essenciais os requisitos de padronização e interoperabilidade.