

Uma estação móvel de monitoramento da qualidade do ar, instalada na semana passada em Ponta Grossa (PR), avaliará, durante aproximadamente um ano, de forma contínua e em tempo real, a concentração de poluentes atmosféricos em diferentes regiões da cidade. O objetivo é investigar a relação entre a poluição do ar e a ocorrência de espécies de bromélias nos cabos da rede de distribuição de energia.
O monitoramento faz parte do projeto de pesquisa ’Estudo de Tillandsia spp. (Bromeliaceae) nas redes de distribuição de energia elétrica’, desenvolvido pelos Institutos Lactec e pela Copel Distribuição S.A com o apoio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“As bromélias do gênero Tillandsia são capazes de absorver água e nutrientes da atmosfera, independentemente do contato com o solo”, explica a engenheira química dos Institutos Lactec Juliane de Melo Rodrigues, coordenadora do projeto. Segundo ela, há estudos que abordam o uso de espécies de bromélias como bioindicadores da poluição do ar.
Em Ponta Grossa, a ocorrência das espécies na rede de energia já foi objeto de questionamentos. A concessionária recebe diversos pedidos para limpeza dos cabos, principalmente para redes com traçados próximos a áreas públicas, em pátios ou proximidades de empresas certificadas.
No estudo, os pesquisadores avaliam outros fatores, como fontes de propágulos, características microclimáticas, fontes de nutrientes, características de materiais e campo eletromagnético.
Além de entender os fatores favoráveis para a ocorrência das bromélias nas redes de energia, a pesquisa visa a avaliar medidas preventivas, formas de controle e o desenvolvimento de método e protótipo de ferramenta para limpeza dos cabos com bromélias. O conhecimento obtido na execução do projeto também deve proporcionar à concessionária subsídios para uma tomada de decisão mais eficiente para atividades de manutenção de redes com infestação das espécies.