Às vésperas da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), o Lactec participou de um importante debate sobre a contribuição da inovação tecnológica para a transição energética no Brasil. O diretor de Operações Tecnológicas da empresa, Lauro Elias Neto, foi o palestrante e moderador do painel que encerrou a programação do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), considerado o principal evento político-regulatório do setor no país, promovido pelo Canal Energia.
“A inovação tecnológica é fundamental nesse processo de transição energética. Este é um momento em que o mundo inteiro está preocupado com esse tema e a inovação vem para potencializar as mudanças que precisam acontecer”, afirmou Elias Neto, na abertura de sua palestra.
O executivo destacou que a sociedade, em âmbito global, já fez sua escolha por energias renováveis, em razão da necessidade de reduzir as emissões de poluentes e que, nesse contexto, o Brasil já se encontra em uma posição privilegiada. “Enquanto todos os países estão olhando para a necessidade de substituir sua matriz energética, o Brasil está em uma situação onde todos querem chegar”, disse ele, referindo-se ao baixo índice de emissões do país para a produção de energia, por conta da matriz elétrica baseada principalmente em fontes renováveis.
O diretor do Lactec entende que, no Brasil, a transição energética deverá priorizar não a substituição das fontes, mas a expansão de energias renováveis, como a eólica e solar, tanto na geração centralizada como distribuída, o que traz enormes desafios para o sistema elétrico brasileiro, especialmente, em razão da característica de intermitência dessas fontes. “Esses fatores são os que mais impactam as tecnologias e a nossa necessidade de inovar”, complementou.
Oportunidades
Em sua palestra, Lauro Elias Neto também falou sobre as oportunidades de desenvolvimento tecnológico e de novos negócios, que já estão sendo impulsionadas pelo movimento de transição energética e que devem se acentuar nos próximos anos. A transformação digital do setor elétrico, segundo ele, abre caminho para o avanço da chamada “economia de plataforma” que, de maneira simplificada, são os modelos de negócio criados em ambiente virtual, potencializados pelas tecnologias exponenciais, como, por exemplo, a inteligência artificial.
No caso da mobilidade elétrica, exemplificou o diretor, as plataformas digitais para comercialização de energia em postos de recarga de veículos elétricos virão a facilitar o uso e o acesso pelo consumidor a esse tipo de tecnologia. O executivo lembrou que já há, no Brasil, legislação para regular o serviço de abastecimento de energia em eletropostos e tecnologias mais adiantadas para atender esse mercado. No entanto, outras tecnologias, que favorecerão a transição energética, como hidrogênio, sistemas de armazenamento e geração termossolar, por exemplo, ainda dependem de amadurecimento tecnológico para se tornarem viáveis no país.
Participaram do debate sobre inovação tecnológica como estratégia para transição energética o vice-presidente Corporativo da CTG Brasil, José Renato Domingues, o presidente da Vibra Energia, Wilson Ferreira Junior, o diretor geral do Cepel, Amílcar Guerreiro, e o diretor-presidente da BBCE, Carlos Ratto.
Inovação aberta
Antes de entrar no tema do evento, propriamente, Elias Neto fez uma breve apresentação sobre o Lactec, lembrando que a empresa criou, recentemente, uma área de inovação aberta, a Go4. “Olhando para as tendências de mercado, construímos essa área para conectar outras empresas e pensar em soluções para o mercado, que possam ser aplicadas de uma forma muito ampla, dentro da cultura startup, com inovação muito ágil”, reforçou.