

Organizado pelo Programa Ciclovida, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em parceria com os Institutos Lactec e o Grupo PET do curso de Engenharia Civil da universidade, o Desafio Intermodal realizou sua 8ª edição, nesta sexta-feira (29). A intenção foi avaliar qual o melhor meio de transporte para se locomover em Curitiba em um dos horários de pico, das 18h às 19h. Além de ser uma pesquisa que envolve de maneira descontraída os usuários dos diversos modais, o evento tem se firmado como importante ferramenta para auxiliar órgãos públicos no planejamento urbano.
A análise dos dados coletados ao longo do percurso, como tempo de deslocamento, custos do usuário, emissões de poluentes e avaliação da infraestrutura local, é essencial para que se criem estratégias para a melhoria da mobilidade, da qualidade do ar e sejam avaliados os custos financeiros e ambientais – tanto para despertar a necessidade de intervenções, quanto os riscos de não se intervir no ambiente. O diferencial de Curitiba frente às outras cidades do Brasil na realização do desafio é justamente o envolvimento da universidade, com os cursos de engenharia civil e arquitetura, e dos Institutos Lactec. Juntos, eles trazem mais cientificidade para a elaboração do relatório do Desafio Intermodal.
Diferente das edições anteriores, os cálculos referentes aos modais foram feitos em tempo real, permitindo a divulgação dos resultados do relatório técnico logo após a chegada do último participante. Antes os resultados relativos ao consumo de combustível e emissão de poluentes, foram divulgados apenas após a confecção completa do Relatório do Desafio Intermodal.
Confira o Relatório Parcial do Desafio Intermodal.
Como funciona o desafio
O desafio consiste em um teste realizado simultaneamente entre vários modais. Às 18h, todos os desafiantes partiram juntos do ponto inicial, em frente ao prédio da administração do Setor de Tecnologia no Centro Politécnico da UFPR. Eles puderam escolher o caminho que julgaram mais interessante até a Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba. A única exigência, além do respeito às leis de trânsito, foi que os desafiantes passassem por um ponto intermediário, localizado no Escritório Verde da UTFPR. “No ponto intermediário teve até fila para fazer o registro”, comentou o diretor presidente dos Institutos Lactec, Luiz Fernando Vianna. Ele, o diretor de Operações Tecnológicas, Fabio Guerra, e o pesquisador Rodrigo Jardim Riella participaram como corredores.
O objetivo é avaliar qual é o meio de transporte mais eficiente para se percorrer um trajeto médio de 8 km no horário de pico, em um grande centro urbano. São avaliados os quesitos tempo de deslocamento, custos para o usuário e emissões de poluentes. Cada um dos quesitos recebe uma nota de 0 a 10, do mais poluente ao menos poluente. A média dos itens somados aponta qual é o meio de transporte mais eficiente. Ao final, os desafiantes também preenchem um questionário avaliando a experiência do percurso. O foco é verificar, na percepção dos participantes, a infraestrutura urbana, como iluminação pública, calçadas, sinalização, ciclovias, pontos de maior congestionamento , interferências de obras na mobilidade e a educação no trânsito.
Novidades
Além do relatório técnico emitido ao final do evento pela organização, os Institutos Lactec instalaram um equipamento no escapamento de um dos carros participantes. O chamado sistema embarcado é um dispositivo capaz de medir em tempo real as emissões de poluentes, como o monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2) e os óxidos de nitrogênio (NO e NO2). Esses gases, que são os principais responsáveis pela qualidade do ar, foram monitorados simultaneamente ao deslocamento do veículo durante a prova, exibindo os dados em uma tela na praça Santos Andrade. “Com os resultados do desafio, levaremos esse automóvel para o laboratório de emissões veiculares para fazer os mesmos testes e iremos comparar se os métodos utilizados hoje em laboratório refletem a realidade de emissões dos automóveis que circulam nas ruas”, comenta o pesquisador Eliseu Esmanhoto.
Cada modal também teve seu deslocamento acompanhado em tempo real por meio de uma tornozeleira presa em um representante de cada modal. O equipamento conhecido como Unidade Portátil de Rastreamento (UPR), da empresa Spacecom Monitoramento (desenvolvido em parceria com os Institutos Lactec), coletou as informações de localização dos desafiantes, que foram exibidos em um mapa. A novidade foi responsável por uma aglomerada torcida que aguardava os desafiantes na Praça Santos Andrade, cada um, torcendo por seu modal de preferência.
Modais e participantes
Os modais que participaram da pesquisa foram: pedestre, corredor, bicicleta convencional e elétrica, carro convencional e elétrico, motocicleta e ônibus. Pessoas com deficiência também participaram em alguns modais.
O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, participou do desafio com uma bicicleta convencional. Outras participações foram dos diretores dos Institutos Lactec, Luiz Fernando Vianna e Fabio Guerra, como corredores; o presidente da Federação Paranaense de Ciclismo, Adir Romeo, de moto; a pró-reitora de Extensão e Cultura da UFPR, Deise Cristina de Lima Picanço, de carro; o diretor do campus Curitiba da UTFPR, Cesar Augusto Romano, de bicicleta; o coordenador estadual de resíduos sólidos Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Carlos Garcez, de carro e a secretária municipal de trânsito, Luíza Simonelli, de ônibus. Esses e os demais desafiantes são voluntários na pesquisa.
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