A agenda global pela descarbonização tem acirrado as discussões sobre modais de transporte mais sustentáveis. No Brasil, a pauta de modernização do setor elétrico veio reforçar esse debate, especialmente, a partir do lançamento da chamada estratégica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em mobilidade elétrica eficiente. O Lactec está envolvido em seis dos 30 projetos aprovados pela Aneel e, em razão da experiência que vem acumulando na área, há pelo menos oito anos, têm participado ativamente de várias rodadas de discussão a respeito do tema.
Esta semana, pesquisadores do Lactec, que coordenam projetos de P&D em eletromobilidade, participaram do 2º Fórum Internacional de Mobilidade Urbana e Veículos Elétricos que, além de centros de tecnologia, reuniu representantes da Aneel, de empresas de energia, associações e da indústria ligada aos setores elétrico e automotivo.
A pesquisadora da área de Sistemas Elétricos do Lactec, Ana Paula Oening, foi uma das palestrantes do painel que debateu as Tecnologias e Soluções para o Setor de Mobilidade Elétrica. Em sua apresentação, Ana falou sobre o panorama global do mercado de veículos elétricos e sobre os desafios tecnológicos em termos de custos e infraestrutura no país. “É importante o Brasil estar à frente dessa tecnologia. Incentivando a inserção de veículos elétricos, incentivamos toda a cadeia de soluções tecnológicas que dão suporte à eletromobilidade”, afirmou, ao citar exemplos de projetos de P&D em andamento em sistemas de recarga, gestão dos eletropostos e de comercialização da energia, inclusive, sob coordenação do Lactec.
No painel que encerrou a programação do Fórum Move, o pesquisador sênior da área de Eletrônica do Lactec, Carlos Gabriel Bianchin, pôde compartilhar suas percepções sobre como a tendência de eletrificação do transporte já vem movimentando as cadeias produtivas para consolidar esse mercado no Brasil. “A chamada 22 da Aneel veio para fomentar e envolver as instituições de pesquisa, fabricantes de equipamentos, de infraestrutura e montadoras. Mas é preciso criar outras motivações para que esse segmento continue evoluindo”, ponderou.
Bianchin projeta que, em cinco ou 10 anos, haverá uma “explosão natural” do mercado de veículos de elétricos no Brasil. Para ele, esse movimento de aproximação entre os centros de tecnologia e diferentes segmentos da indústria é fundamental para que o país esteja preparado. “Essas parcerias têm que existir para permitir que todo o conhecimento, a capacidade e competência das instituições de pesquisas e desenvolvimento e universidades possam se desenvolver, crescer e se transformar em produtos e soluções para esse novo mercado”, reforçou o pesquisador.
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