A mobilidade elétrica está com o pé no acelerador no mundo inteiro, batendo o recorde de vendas de veículos. Foram 6,6 milhões de carros elétricos comercializados em 2021 e 2 milhões de eletrificados vendidos só no primeiro trimestre deste ano, segundo relatório da Agência Internacional de Energia.
No Brasil, dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) indicam o primeiro semestre de 2022 com alta de 47% sobre o mesmo período de 2021, e 4.073 veículos leves eletrificados vendidos apenas em junho.
Os números mostram como a indústria automotiva e o setor de eletromobilidade estão transformando a maneira como nos locomovemos e, mais ainda, alterando o nosso modo de viver.
Isso porque a mobilidade elétrica pode descarbonizar as cidades e melhorar a qualidade de vida da população. Além do mais, traciona uma série de inovações para facilitar o dia a dia.
Veja a seguir como a mobilidade elétrica tem movimentado o mercado com novos serviços e produtos nos últimos cinco anos. Acompanhe!
Eletropostos e eletrovias
O eletroposto é uma estação de recarga dedicada a veículos híbridos e elétricos. O equipamento pode ser de uso público ou privado.
Montadoras de automóveis e concessionárias de energia, por exemplo, têm eletropostos privados para reduzir emissões de CO₂ de suas frotas corporativas e aperfeiçoar tecnologias de eletrificação, as mesmas que deverão se popularizar.
No Brasil, os corredores com eletropostos, chamados de eletrovias, estão ganhando mais quilometragem. Avançam pelo Nordeste, pelo eixo Rio-São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O Lactec, um dos maiores centros de pesquisa, tecnologia e inovação do país, participou do desenvolvimento e implantação dos eletropostos da primeira eletrovia brasileira em 2018. O trecho que liga Paranaguá, no litoral do Paraná, a Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, tem 730 km de extensão com 12 eletropostos que permitem recarga para veículos elétricos em carga lenta, semi-rápida e rápida.
Carsharing de VEs
A chegada dos aplicativos de transporte, somada às altas nos preços dos combustíveis e dos veículos 0KM, esfriaram o desejo de muitos consumidores de ter o carro próprio.
Esse fator combinado a uma economia mais disruptiva e ao novo posicionamento dos consumidores por uma mobilidade mais limpa, contribui para que o compartilhamento de veículos elétricos seja considerado o futuro da mobilidade.
A dinâmica do carsharing é descomplicada: o usuário acessa um aplicativo, visualiza a disponibilidade do carro elétrico, faz a reserva, retira o automóvel e o devolve em pontos determinados.
Além disso, o carsharing de VEs lista algumas vantagens. A ideia é liberar espaço de estacionamento, reduzir a poluição sonora (porque carros elétricos são silenciosos), reduzir a emissão de gases poluentes e, com menor quantidade de veículos particulares nas ruas, reduzir também o trânsito e os congestionamentos.
Apps de mobilidade elétrica
Startups agiram rápido para atender as necessidades dos motoristas de carros elétricos e desenvolveram aplicativos com muitas funcionalidades. Os apps oferecem comodidades como abertura e fechamento do carro, status do carregamento da bateria e avisos sobre manutenção preditiva.
Existem apps que buscam as estações de carregamento rápido mais próximas, definem a rota mais rápida até o eletroposto, garantem a reserva da vaga e ainda incorporam o processo de pagamento.
Além de aplicativos de carsharing que já falamos, também há apps com foco em conectar a comunidade de donos de VEs. É um ambiente colaborativo para troca de informações, que ajuda muito a melhorar o mapeamento de pontos de recarga no mundo inteiro.
Baterias mais eficientes
Na mobilidade elétrica, o desenvolvimento de baterias está entre os maiores desafios. Projetos de pesquisa e inovação estudam como melhorar a eficiência, segurança, design, matérias-primas e tecnologia das baterias de carros elétricos.
Sem dúvidas, é um esforço e tanto que exige investimento em expertise técnica. A demanda da indústria automotiva é por baterias duráveis, com mais autonomia e menor tempo de recarga.
Além da eficiência, outro desafio é a jornada das baterias de lítio no conceito de economia circular. É preciso projetar a otimização de uso dos componentes para não quebrar a lógica de desenvolvimento sustentável e descarbonização da mobilidade elétrica.
V2G
Uma frequente dúvida e preocupação das pessoas é se o aumento da frota elétrica do país consumiria muita energia e causaria uma sobrecarga. Segundo pesquisadores, o Brasil não corre esse risco.
Agora, já pensou em carregar o carro elétrico em casa de madrugada, no período em que o consumo de energia é menor, e “devolver” a energia para a rede elétrica em momentos de alta demanda? Pois é esse o conceito de V2G ou vehicle to grid.
O dono do carro elétrico pode vender a energia ou usar a bateria do carro para abastecer a própria residência. Essa tecnologia de fluxo de energia bidirecional está sendo bastante estudada, sendo relevante para equilibrar o sistema elétrico.
Soluções para pagamento
Apesar de haver estações de recarga em estacionamentos, shoppings e hotéis, que não cobram pela recarga; futuramente, quando acontecer a transição massiva dos veículos a combustão para os elétricos, esse serviço terá seu preço.
Portanto, é importante aprimorar o desenvolvimento de soluções digitais para gestão inteligente dos eletropostos.O foco está em descomplicar o dia a dia do usuário com sistemas autônomos para faturamento.
Não há dúvidas de que o mercado está aperfeiçoando metodologias e tecnologias em todos os pontos da jornada da mobilidade elétrica.
O arranque da mobilidade elétrica brasileira
Agora vamos pensar no mundo ideal. O uso do carro elétrico somado à disponibilidade de eletropostos alimentados por fonte de energia limpa e renovável, como hídrica, eólica e solar, seria perfeito para o desenvolvimento sustentável e uma economia de baixo carbono.
Contudo, há necessidade de baratear o custo de produção dos veículos elétricos, bem como incentivar o desenvolvimento de tecnologias nacionais e planejar a ampliação da infraestrutura de mobilidade elétrica.
Isso inclui, entre outros fatores, a regulamentação dos modelos de negócio de recarga, padronização das tecnologias e investimento em pesquisas de desenvolvimento e inovação nos setores automotivo e elétrico.
A estrada é cheia de desafios e um caminho sem volta. O consenso entre todos os atores da mobilidade elétrica é que o Brasil precisa acelerar.
O Lactec tem alta expertise em projetos de mobilidade elétrica e conta com uma área de inovação aberta, a Go4, para atender às demandas específicas desse mercado. Saiba mais! E para continuar se abastecendo de mais conteúdos sobre mobilidade elétrica, acesse o nosso blog!