O primeiro leilão de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2021, que será realizado nesta quarta-feira (30/6), na sede da B3, em São Paulo, irá licitar a construção e manutenção de 515 quilômetros de linhas em seis estados – Acre, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo, além de subestações, que somam 2,6 mil megavolt-ampéres (MVA) em capacidade de transformação. As obras devem gerar R$ 1,3 bilhão em investimentos, segundo estimativa da Aneel, e movimentar, também, as empresas que prestam serviços aos players do setor com ensaios elétricos e mecânicos em cabos e acessórios das linhas.

O Lactec, empresa de tecnologia com uma das maiores infraestruturas laboratoriais para atender o setor elétrico, espera um crescimento expressivo no volume de ensaios realizados em cabos condutores e outros componentes das linhas de transmissão de energia, como cadeia de isoladores, conectores, para-raios e estais. Para dar conta dessa alta, a empresa está implantando uma nova bancada de ensaios, que ampliará em 25% a capacidade produtiva.

É esperado um aumento, principalmente, nos chamados “ensaios de fluência”, considerando que o laboratório do Lactec é o único do país a realizar esse teste, essencial para verificar premissas de projeto em relação à tração de lançamento dos cabos e assegurar requisitos normativos de segurança da linha até o fim de sua vida útil projetada. Além desse, os ensaios mecânicos mais procurados são os de ruptura e de tensão-deformação.

O gerente da área de Ensaios Elétricos e Materiais, Vinicios Bacil, revela que a implantação de novos empreendimentos de transmissão deve gerar aumento, também, na demanda por avaliações da parte elétrica. Nesses casos, os mais frequentes são os ensaios dielétricos em alta tensão, como os de radiointerferência e corona visual, entre outros destinados a avaliar a coordenação de isolamento.

“Temos monitorado e observado a maior procura por ensaios, em razão de novas exigências por parte das concessionárias e demais players do setor elétrico e, também, de novas obras que vêm sendo executadas”, destacou o engenheiro eletricista. Segundo dados da Aneel, somente em 2020, o Sistema Interligado Nacional (SIN) ganhou mais de 6 mil km de linhas de transmissão e mais de 14 mil megavolt-ampères (MVA) em transformadores de subestações.

Impacto nos custos e na confiabilidade

A preocupação das concessionárias de energia em relação à qualidade dos cabos condutores empregados nos empreendimentos de transmissão é justificável, pois o material pode representar mais de 40% do custo de implantação. É a qualidade do material, verificada nos ensaios em laboratórios qualificados, que irá determinar, também, a vida útil e confiabilidade da linha de transmissão, o que pode impactar nos indicadores de desempenho operacional e na receita das empresas desse segmento.

O responsável pelo Laboratório de Ensaios Mecânicos do Lactec, Gabriel Ruggiero do Amaral, explica que alguns fatores têm influenciado o aumento na demanda por ensaios em componentes das linhas de transmissão e, também, de distribuição de energia. Um deles é o uso de uma nova liga metálica para a fabricação dos cabos, o que tem gerado maior procura por ensaios de tipo e de fadiga. O aumento da competitividade, a partir da entrada de novos fabricantes no mercado brasileiro, principalmente de acessórios como isoladores, também tem motivado a procura por testes de qualidade.

“A realização de ensaios de tipo e recebimento em laboratórios de empresa de terceira parte acaba sendo uma segurança a mais para as empresas de que os produtos atendam às especificações técnicas e garantam o funcionamento adequado da linha”, acrescentou Amaral.

Serviço: Para mais informações sobre os serviços prestados pelo Lactec, acesse lactec.com.br.