A mobilidade elétrica, que antes parecia utópica, vem se tornando cada vez mais presente na sociedade a nível mundial. De patinetes e scooters até automóveis maiores, como ônibus, por exemplo, os veículos elétricos e híbridos têm ganhado espaço devido à sua versatilidade e importância na redução da pegada ecológica. Grandes empresas têm realizado projetos de P, D & I em mobilidade elétrica, gerando participação na iniciativa Go Green, focada em desenvolvimento sustentável.
Os principais poluentes responsáveis pelo agravamento do aquecimento global são oriundos da queima de combustíveis fósseis, e já possuímos cerca de 1,2 bilhões de veículos movidos a esse tipo de combustível no mundo. Assim, a mobilidade elétrica mostra-se como solução para diminuir a emissão desses poluentes sem prejudicar os avanços tecnológicos da sociedade. Já no Brasil, são cerca de 53 milhões de veículos. No mundo há cerca de 2 milhões de veículos elétricos, sendo apenas 6 mil em nosso país. Para saber o que esperar da mobilidade elétrica no Brasil nos próximos anos, confira os tópicos a seguir. Boa leitura!
Quais são os tipos de veículos elétricos?
Antes de tudo, é importante compreender como funciona a mobilidade elétrica, até mesmo para saber distinguir a viabilidade dos diferentes veículos em diferentes situações. Além dos já conhecidos patinetes e scooters, os carros e ônibus elétricos têm ganhado espaço no mercado. Não há apenas um tipo de carro elétrico; os grandes veículos elétricos podem ser divididos em quatro categorias. São elas:
HEV (Hybrid Electric Vehicle)
Esse tipo de veículo ainda utiliza combustíveis fósseis como principal fonte de alimentação do motor. Porém, também possui motor elétrico e bateria e, utilizando ambos os sistemas, garante uma melhor eficiência energética e menor emissão de poluentes.
Uma das principais características dos veículos híbridos é poderem desligar o motor quando parados, gerando economia de combustível sem perdas na potência. Ainda, os freios regenerativos (kers) atuam dissipando a energia cinética das frenagens, captando-a como calor e a transformando em eletricidade para o funcionamento do veículo.
No HEV, a eletricidade é utilizada para a ignição, para o funcionamento dos acessórios (como ar condicionado e aparelho de som) e para baixas velocidades, alternando para o combustível em velocidades maiores. Ônibus híbridos já são utilizados para o transporte público de grandes cidades do Brasil, como Curitiba e São Paulo.
PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle)
Ainda que também possua um motor a combustão, o Veículo Híbrido Plug-in (PHEV) apresenta algumas diferenças em relação ao veículo híbrido tradicional. Isso porque, além de possuir o sistema de frenagem regenerativa (kers), ele pode recarregar sua bateria também via cabo, ligando-o a uma rede elétrica compatível. Assim, é possível percorrer distâncias maiores utilizando a eletricidade e deixar o motor a combustão apenas para quando a bateria acabar.
Os PHEV são uma opção sustentável e econômica, uma vez que emitem muito menos poluentes e gases estufa, além de reduzir drasticamente os gastos com combustíveis fósseis.
A autonomia de sua bateria pode chegar até 100 km, mas alguns modelos utilizam a combustão acima de 115 km/h, alternando entre os dois modos para aumentar a eficiência do veículo.
BEV (Battery Electric Vehicle)
Diferente dos modelos anteriores, que ainda utilizam a combustão, o Veículo Elétrico a Bateria (BEV) funciona utilizando apenas a eletricidade. Assim como o PHEV, ele possui uma bateria recarregável tanto via freios regenerativos (kers) quanto via rede elétrica. Os carros elétricos a bateria não emitem nenhum tipo de gás poluente e, se alimentado por eletricidade proveniente de fontes renováveis, tornam-se completamente sustentáveis. Além disso, os carros elétricos são muito mais econômicos que os a gasolina, etanol ou diesel uma vez que, mesmo em épocas de alta, a energia elétrica custa consideravelmente menos que os combustíveis fósseis.
Os BEV podem ser carregados durante a noite em tomadas 220v, o que garante uma autonomia de até 160 km. As estações de recarga externas, apesar de cada vez mais presentes em diversos países, ainda não são uma realidade comum no Brasil mas, com a expansão da mobilidade elétrica, tendem a tornar-se mais frequentes, aumentando a autonomia dos veículos. Outra vantagem dos veículos a bateria é sua aceleração mais rápida e suave que os veículos à combustão.
FCEV (Hydrogen Fuel Cell Electric Vehicle)
Nesse tipo de veículo, a eletricidade é obtida através do gás hidrogênio. Ao invés de ser carregado na rede elétrica, o carro é abastecido com um combustível a base de oxigênio e hidrogênio, que produz eletricidade e alimenta o motor. A tecnologia dos freios kers também é utilizada nos veículos FCEV, gerando mais carga para a bateria.
Apesar de serem alimentados por um tipo de combustível e serem abastecidos de forma muito parecida aos carros tradicionais, esses veículos são considerados elétricos devido ao seu modo de funcionamento. A grande vantagem neste caso é a autonomia, que se compara à dos carros a combustão. Além disso, o processo de transformação do hidrogênio em eletricidade gera apenas calor e água, liberando 30% menos poluentes que os veículos convencionais.
O futuro da mobilidade elétrica no Brasil
No país, o interesse pela expansão da frota de veículos elétricos tem sido crescente, uma vez que eles são uma solução viável para reduzir a emissão de poluentes. Atualmente os custos desses veículos ainda são elevados mas, com o desenvolvimento tecnológico e crescente produção, a tendência é que, em alguns anos, os preços se tornem mais competitivos.
Neste cenário, a ANEEL estimula a discussão sobre o tema, principalmente sobre a instalação de pontos de recarga. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a previsão é que em 2026 a frota de veículos híbridos no Brasil chegue a 360 mil. A instituição acredita que os veículos puramente elétricos servirão a nichos específicos, como frotas de carros compartilhados, por exemplo.
De toda forma, com o investimento em veículos elétricos ou em outras formas com menor emissão de poluentes, a descarbonização do mercado de mobilidade é certeira, a nível nacional e mundial.
O Lactec e a Mobilidade Elétrica
Com a iniciativa Go Green, o Lactec é pioneiro em trabalhos relacionados ao desenvolvimento sustentável, incluindo a mobilidade elétrica. Diversos P&Ds inovadores sobre o tema já foram desenvolvidos para a Aneel, como:
- Sistema de gestão de fontes renováveis, armazenamento distribuído e veículos elétricos recarregáveis integrados à plataforma Smart Grid;
- Gerenciamento e comunicação de eletropostos na cidade inteligente de Búzios;
- Pesquisa e desenvolvimento de carregador rápido nacional para veículos elétricos.
Além disso, nosso laboratório adotou a eletromobilidade em seu ambiente, deixando patinetes e bicicletas elétricas à disposição de funcionários, bolsistas e estagiários para deslocamentos entre suas unidades em Curitiba. Foram também instaladas três estações de recarga para os veículos, sendo uma delas uma usina solar fotovoltaica com capacidade de gerar energia suficiente para atender à demanda de todos os 24 pontos de abastecimento. A energia excedente é direcionada para para o prédio do Cehpar – unidade do Lactec que reúne as áreas de Hidráulica, Meio Ambiente e Geosoluções.
Para saber mais sobre a nossa atuação em P, D & I para a mobilidade elétrica, visite a nossa página da web ou marque um agendamento, e se deseja ler mais conteúdos de qualidade sobre pesquisa e inovação, inscreva-se no blog do Lactec!