Representantes dos segmentos que compõem os ecossistemas de inovação do setor elétrico se reuniram em um evento on-line, na manhã desta quinta-feira (1/10), para apresentar suas percepções em relação às contribuições do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o fortalecimento do mercado energético brasileiro. O debate, promovido pela empresa Concert Technologies, acontece em um momento em que a Medida Provisória nº 998/2020, que propõe mudanças na lei nº 9.991/2000 e o contingenciamento de recursos dos programas de P&D e eficiência energética, completa seu primeiro mês de vigência.
O diretor comercial do Lactec, Carlos Eduardo Ribas, representando as instituições de ciência e tecnologia, defendeu a manutenção dos investimentos em inovação, que são estimulados pelo programa de P&D da Aneel, como fator estratégico para a própria sobrevivência das empresas de energia. “Mais do que nunca é preciso que as empresas coloquem no seu radar a melhoria contínua da performance de seus empreendimentos e de seus ativos. E é nesse sentido que o Programa de P&D vem como um tônico para que as coisas aconteçam”, apontou Ribas, referindo-se ao processo de modernização do setor elétrico.
Ribas mencionou o histórico de criação do Lactec, lembrando que a empresa nasceu da ideia de um agente do setor elétrico, a Copel, de acelerar seu plano de expansão, isso na década de 1960. “Lá atrás, já víamos a necessidade de investir em tecnologia, sabendo que tínhamos um Brasil todo para alavancar”, afirmou.
O executivo lembrou, ainda, que a publicação da Lei 9.991/2000, que criou os programas de P&D e Eficiência Energética da Aneel, coincidiu com o momento em que o Lactec era privatizado e passava por uma transformação empresarial, o que favoreceu sua consolidação como parceiro tecnológico do programa. “Nós abrimos as portas para o mercado de uma forma muito mais arrojada. São 20 anos desse legado de soluções inovadoras e uma série de patentes, que estão no mercado sendo utilizadas pelos demais agentes do setor”, acrescentou.
Assim como os demais participantes do debate, Ribas entende que o Programa de P&D Aneel se consolidou como uma das principais iniciativas de fomento à inovação, trazendo inúmeros benefícios para o avanço tecnológico do setor, mas reconhece que ainda há muito trabalho pela frente, considerando, por exemplo, que ainda há comunidades isoladas, sem acesso à energia elétrica. “É muito importante que a pesquisa seja realmente fortalecida. Temos muitos desafios para transcender e alavancar um setor que é extremamente prioritário para o desenvolvimento econômico.”
O diretor do Lactec participou do evento junto do diretor de Operação da Concert, Petrônio Spyer, do professor associado da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), José Rubens Macedo Júnior, e do coordenador da Gestão da Inovação no Grupo Energisa, Thiago Alves. O debate foi mediado pelo consultor da B&S, Tenório Barreto.