Por Carlos Denilson Silva Soares - estagiário (estudante do 2º ano de Ciências Biológicas) - e Letícia da Silva Pereira Fernandes - pesquisadora do Laboratório de Toxicologia e Avaliação Ambiental do Lactec.
A preocupação em monitorar e preservar a qualidade dos ecossistemas, tanto aquáticos quanto terrestres, está sempre em foco nas avaliações ecotoxicológicas, nas quais vários estudos têm sido realizados com o intuito de se compreender como os elementos e as substâncias químicas presentes nesses ecossistemas atuam sobre os organismos. Um importante parâmetro a ser avaliado é a presença de danos em seus materiais genéticos e, para essa avaliação, utiliza-se o ensaio cometa, tecnicamente chamado de eletroforese em gel de célula única, um dos biomarcadores usados com esse objetivo. Por meio desse ensaio, é possível identificar e classificar a presença de danos à integridade das moléculas.
A visualização da migração do DNA presente nas células, em um gel submetido a uma eletroforese, é um dos biomarcadores relacionados à genotoxicidade. Se o DNA não apresentar dano, migrará de forma homogênea, formando um círculo. No entanto, caso haja dano, o DNA estará fragmentado, de modo que, durante a eletroforese, os fragmentos menores migrarão mais rapidamente em relação aos fragmentos maiores, formando uma espécie de cauda de cometa, motivo pelo qual o teste ficou conhecido como Ensaio Cometa.
Além da visualização da presença ou não da cauda formada pelos fragmentos de DNA, o tamanho dessa cauda também fornece informação para a classificação do dano em diferentes classes, numeradas de 0 a 4, como pode ser observado nas imagens da Figura 1, sendo a classe 0 referente à visualização do DNA íntegro, ao passo que a classe 4 representa o dano máximo ao DNA, ou seja, a visualização de uma grande cauda de cometa, formada pela presença de muitos fragmentos de DNA.
A avaliação do dano ao DNA, por meio do ensaio cometa, pode ser realizada em qualquer tecido, que contenha células nucleadas, e nos mais diversos tecidos de diferentes organismos, sendo suficiente, apenas, uma pequena quantidade de amostra. É, ainda, considerado um ensaio de grande sensibilidade, rápida execução e relativo baixo custo. O ensaio cometa é um dos testes aplicados para a avaliação da genotoxicidade promovida por contaminantes lançados no meio ambiente, mas, para uma melhor avaliação de contaminação ambiental, maior precisão e nível de comprometimento dos organismos, recomenda-se a realização de análises adicionais.
O Lactec, conhecido por suas soluções inovadoras e considerado um dos maiores centros de ciência e tecnologia, possui conhecimento, estrutura e equipe técnica capacitada na área de Toxicologia e Avaliação Ambiental para a execução e interpretação dos resultados do ensaio cometa. Atua, também, na aplicação e interpretação de diversos outros biomarcadores com foco especial em avaliações ecotoxicológicas e ecofisiológicas de organismos aquáticos, semiaquáticos e terrestres.
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